06/08/2020

Dois Papas


Talvez Fernando Meirelles seja sempre lembrado por seu exímio trabalho a frente de Cidade de Deus (2002), porém ele realizou depois grandes filmes como O Jardineiro Fiel (2205), Ensaio Sobre a Cegueira (2008) e este, Dois Papas (2019), com Anthony Hopkins e Jonathan Price. Neste último ele humaniza a figura de dois homens que para muitos são divindades. Se de um lado Bento 16 entrou pra história como um papa lá não muito bem quisto e amado, até a figura do próprio capeta que abdicou do posto, temos do outro lado um doce estimado por todos, Papa Francisco.

Bento 16 tinha suas convicções retrógradas, mas é preciso entender que ele é um homem com dificuldades em aceitar que os tempos eram outros e que a igreja precisava avançar. Francisco é um homem que compreende essas mudanças e quer colocá-las em prática. O filme mostra isso e vai além ao mostrar um Francisco, ou melhor, José Mario Bergoglio, como um homem comum que um dia resolve deixar a mulher que ama para seguir um chamado eclesiástico. Ao ser empossado como Papa, sua simpatia ganhou o mundo, contudo, as acusações de que teria sido omisso durante a ditadura argentina pipocaram e aqui o filme tenta mostrar que ele para salvar a vida de alguns amigos que lutavam contra o regime, precisou ser acima de tudo, político. 

O filme mostra encontros fictícios com os dois papas e é divertido vê-los apreciando futebol, tirando sarro um do outro, porém o que mais vai chamar a atenção é o debate que ambos travam ao longa da história. A direção de Meirelles passeia por esses encontros, o filme tem ritmo e não se perde. Claro que ter dois gigantes como Anthony Hopkins e Jonathan Price no elenco é sempre um ganho, isso somado ao excelente roteiro que amarra muito bem toda a ação. 

A Voz Suprema do Blues

Viola Davis é uma atriz do mesmo quilate de Meryl Streep. Infelizmente ainda não é tão reconhecida ou tão bem paga quanto (a bem da verdade ...