23/06/2017

Argo

Baseado num episódio real, o filme conta a história de como a CIA conseguiu retirar do Irã, seis membros da embaixada americana que estavam escondidos na embaixada canadense. Tarefa complicada que só mesmo Hollywood poderia se atrever a realizá-la e de fato foi isso mesmo que Tony Mendez fez. Com o pretexto de rodar um filme no país conseguiu adentrar no território iraniano e retirar todos de lá. O interessante aqui é como ele com essa ideia estapafúrdia consegue convencer a CIA e o governo americano de topar tal empreitada, pior, ele consegue convencer os iranianos.

Em 1979 as coisas estavam tensas, o Xá do Irã teve que fugir do país quando a revolução tomou o poder. Revoltosos invadem a embaixada americana com intenção de forçar o governo dos EUA a extraditar seu ex líder para que ele fosse julgado. E provavelmente morto. Seis diplomatas conseguem escapar e se refugiam na embaixada do Canadá, mas precisam sair de lá logo.

Enquanto a CIA quebrava a cabeça, Tony Mendez (Ben Affleck), que estava na altura passando por uma crise em seu casamento, foi recrutado para essa missão. Sua ideia absurda acaba sendo aceita e ele procura um importante produtor de Hollywood, Lester Siegel (Alan Arkin, sempre ótimo), para viabilizar tudo.


O objetivo era de que todos de fato pensassem que eles iam fazer mesmo um filme de ficção científica no Irã, aproveitando o cenário do país para tal empreitada. O que é de se espantar é como num momento tão delicado ninguém ousou pensar que isso poderia ser um grande chiste. Um dos personagens até chega a perguntar isso à Mendez que desconversa.

O que vemos ao longo do filme é justamente todas as manobras que são feitas para tirar os americanos do Irã durante toda aquela tensão e é justamente essa tensão que caracteriza o filme, faz dele um suspense que por mais que a gente saiba como tudo aquilo vai acabar a gente quer saber como eles conseguiram aquilo!

Ben Affleck fez o dever de casa em seu terceiro longa-metragem como diretor, seu trabalho é bom, não é lá algo do tipo a melhor coisa do filme, tanto que nem indicaram ele ao Oscar, mas coube ao melhor amigo de Matt Damon colocar tudo no lugar. O roteiro adaptado deixa vários furos que a direção tenta esconder dos olhos menos atentos, mesmo assim ainda ganhou um Oscar; a trilha sonora de Alexandre Desplat é envolvente; e ainda tem um belo gracejo que é ver que no Irã comiam KFC, embora este seja mais um dos tais furos do roteiro já que durante a revolução islâmica eles foram todos fechados, mas esses e outros furos eu prometo falar em outro post...



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