01/06/2020

História de um Casamento

Nicole (Scarlett Johansson) é uma atriz de teatro casada com Charlie (Adam Driver), o diretor da cia a qual fazem parte em Nova York. Eles trabalham juntos há um bom empo, mas o casamento está em crise e eles procuram ajuda profissional. Nicole, volta pra Los Angeles com o filho e lá decide se separar de Charlie que não aceita a ideia da mulher deixá-lo e ainda mais ir morar com o filho deles do outro lado do país. Ela contrata uma advogada (Laura Dern) e a guerra começa.

História de um Casamento é um filme lançado pela Netflix que dialoga com a ideia de que um casamento é um acordo entre duas partes e se uma das partes não está feliz esse acordo pode ser quebrado, o problema é quando existem outras pessoas envolvidas - e me parece que sempre há alguém. No caso do filme nós temos o filho do casal de protagonistas (um menino muito chatinho por sinal que nem liga pro pai que faz de tudo pra tentar estar perto dele, mas nada dá certo) e pra piorar uma advogada linha dura que engrossa o angu. 

Calma, eu não estou aqui apenas pra defender o personagem de Adam Driver que é quem mais se fode nessa história, apesar dele ter pisado na bola e ter traído Nicole, filme tem o mérito de mostrar que ambos tentaram, Nicole não tinha muita certeza se era bem isso que ela queria, em determinado momento parece que ela só queria ir morar com o filho em Los Angeles e tentar recomeçar por lá. Ela não estava feliz em Nova York, lá era apenas a esposa do diretor badalado. A própria traição de Charlie nem é o ponto principal dessa guerra toda como acontece em tantos casos de separação. O ponto principal aqui é que Nicole quer seguir outro caminho e Charlie não faz mais parte dele.

História de um Casamento foi indicado a seis Oscars entre eles, melhor filme, roteiro original, ator, atriz e atriz coadjuvante. Venceu este último, justamente o que menos merecia. Laura Dern é uma boa atriz que já provou isso várias vezes, mas me pareceu que esse prêmio foi mais pelo conjunto da obra do que pelo papel neste filme que não tem nada demais e lembra muito a Renata Klein de Big Little Lies.

O que faz esse filme ser especial é que ele não poupa seus protagonistas, é um filme em que a direção permite que eles brilhem em cada frase, cada momento em que aparecem. Um filme feito para grandes atores terem o que dizer. E para quem assiste, pensar nas relações que vive. Um casamento não é uma prisão, é apenas um acordo entre duas pessoas feito no momento em que elas acreditam estarem indo para o mesmo caminho, mas se no decorrer, uma delas, ou as duas, decidem que não querem seguir mais o mesmo caminho, tudo bem. Afinal, o importante é tentar ser feliz.

1 comentário:

SERGIO VIULA disse...

Que resenha linda, Serginho! Dá uma ponta de tristeza saber que algumas relações que podiam ser tão produtivas e duradouras acabam sendo sabotadas pelas próprias pessoas envolvidas, e, muitas vezes, por uma só. Outras vezes, pelas duas, levando a muita tristeza para ambas as partes, mas também para outras que podem ter alguma ligação com aquele núcleo familias. E preciso descobrir o prazer de viver intensamente o que já tem, cuidar, cultivar esse amor, em vez de ficar eternamente buscando o que não se tem e que pode acabar destruindo até o que já foi construído a duras penas.

Beijão,
Sergio Viula

A Voz Suprema do Blues

Viola Davis é uma atriz do mesmo quilate de Meryl Streep. Infelizmente ainda não é tão reconhecida ou tão bem paga quanto (a bem da verdade ...