05/06/2017

Velvet Goldmine

Cinema e moda andam juntos desde sempre. Inspirado no glam rock dos anos 70, o filme é um projeto pessoal do diretor Todd Raynes que retrata fielmente este período, contando a história de um rockstar chamado Brian Slade (Jonathan Rhys Meyers) que em determinado momento forja a própria morte e consequentemente desaparece da mídia. A partir daí vemos o jornalista Arthur Stuart (Christian Bale) buscando os fatos que o levaram a fazer isso e o destino do paradeiro de Slade. Podemos dizer que o tipo de Product Placement que vemos aqui é o chamado Behaviour Placemet já que retrata fielmente um determinado comportamento de uma época que influenciou — e ainda influencia — milhares de pessoas.

Não apenas a perfeita trilha sonora, mas o figurino merecidamente indicado ao Oscar, ajudam a contar os dramas daqueles personagens imersos a drogas e muito rock and roll; eles estavam criando não apenas um estilo, mas abrindo barreiras até então proibidas como por exemplo, a assumida bissexualidade e androginia de seus artistas aliada a toda exuberância, opulência, exagero e vanguarda que permeou toda uma época.




Ao sair em busca de Brian Slade, Arthur, relembra as descobertas que também passou, ele vivera aquilo tudo e sabia muito bem quem eram seus protagonistas e onde poderia encontrá-los. Naturalmente existe um quê de saudosismo em todos eles, amargura e solidão. Suas lembranças nem sempre serão amáveis, porém honestas, como as de Mandy Slade, a ex esposa de Brian, interpretada por Toni Collette em mais um brilhante desempenho. A tristeza em que muitas vezes ela dirige, diz muito de sua personagem apenas com o olhar.



Claro que um filme como esse se baseia na interpretação de seus atores principais, a entrega que vemos de Jonathan Rhys Meyers e Ewan McGregor (Curt Wild) é impressionante. As cenas em que Curt se apresenta são viscerais, como eram nos anos setenta.




Curiosidades: como foi dito anteriormente o figurino de Sandy Powell foi indicado ao Oscar, contudo ela venceu no mesmo ano pelo seu trabalho em Shakespeare Apaixonado; David Bowie, explícita inspiração do filme, não permitiu que suas músicas fizessem parte da trilha sonora; Ewan e Jonathan gravaram canções especialmente para este filme; a banda de rock, Placebo, também fez uma participação inspirada em outra grande vertente dessa época, os T. Rex.

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