25/01/2018

Lady Bird

Vamos esquecer o péssimo subtítulo em português e nos concentrar aqui. Lady Bird poderia ser apenas mais um filme sobre uma adolescente que não vê a hora de sair da cidade em que vive e ir pra bem longe. O que faz com que ele seja diferente dos demais é que tem um olhar feminino por trás das câmeras. A diretora e roteirista Greta Gerwig já tinha mostrado a que veio em Frances Ha, em que além de escrever também atua e agora se consagra com essa tragicomédia adolescente.

Isso porque quem já passou por essa fase sabe que na adolescência tudo é uma tragicomédia e a vida de Christine, ou melhor, Lady Bird não é diferente. Ela quer ser presidente do grêmio, quer fazer teatro, arruma um namorado, tem vergonha do pai deixá-la na porta do colégio, quer se enturmar com as meninas mais populares, briga e faz as pazes com a melhor amiga e nunca se entende com sua mãe. Quem nunca?

Greta Gerwig reconstrói aqui uma história simples, mas que tem uma delicadeza ímpar. As frustrações e conquistas adolescentes vão surgindo à medida que Lady Bird vai descobrindo seu mundo, o que ela deseja é apenas passar por essa fase e todos nós sabemos que quando ela passa e não volta mais, a gente sente uma saudade imensa afinal não tínhamos boletos pra pagar.

O elenco secundário por sinal dá um show, principalmente Laurie Metcalf conhecida do grande público por ser a mãe de Sheldon em Big Bang Theory. No papel da mãe protetora, atenta demais aos passos da filha e extremamente preocupada com a situação econômica da família já que o marido está desempregado. O filme abre espaço para que a relação entre Lady Bird e sua mãe seja bem explorado assim como a relação com sua melhor amiga, Julie (Beanie Feldstein). Por sinal a atuação desta é um caso à parte, ela rouba a cena em todos os momentos em que aparece e é impossível não se emocionar com sua personagem e sentir empatia por ela.

Lady Bird está indicado a cinco Oscars: atriz (Saoirse Ronan), atriz coadjuvante (Laurie Metcalf), roteiro, direção e filme. Provavelmente pode sair de lá sem nenhuma estatueta dourada, mas cumpriu seu papel. E cumpriu muito bem.

2 comentários:

Unknown disse...

As mulheres conquistando espaço em mais um meio anteriormente dominado pelos homens; o cinema.

SERGIO VIULA disse...

Que lindo! Vou tentar ver esse filme, não sei se encontro fácil.

Abração,
Sergio Viula

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