26/01/2018

Me Chame Pelo Seu Nome

Elio (Timothée Chalamet) é um rapaz inteligente, acima da média pros jovens de sua idade, interessado por música e aproveitando muito o verão na Itália ao lado dos pais. Imerso pela vasta cultura que eles  o proporcionam, também sabe usufruir da cidade ao lado dos amigos. Tudo parece ir muito bem, mas a vida sempre reserva agradáveis surpresas. O novo assistente de seu pai chega e ocupa seu quarto, não sabia Elio que Oliver (Armie Hammer) também ocuparia sua vida.

Assim sendo vemos desenrolar uma história delicada de mútua atração. Explorando as lindas e ricas paisagens do interior italiano vemos a relação de Elio e Oliver ir sendo construída. Se no começo Oliver se distanciou sabendo bem o que veria pela frente, Elio não demorou muito para expor o que sentia assim que conseguiu uma oportunidade para isso.

Se Elio é um vulcão em erupção no alto dos seus 17 anos, descobrindo seu corpo e sua sexualidade, Oliver traz a temperança, ele sabe que isso pode não acabar bem e ele tem muito cuidado em lidar com os sentimentos do jovem rapaz desde o começo, ele não quer machucá-lo, mesmo sabendo que em algum momento isso será inevitável.

Dirigido por Luca Guadagnino e tendo como um dos produtores o brasileiro Rodrigo Teixeira (o mesmo de A Bruxa), Me Chame Pelo Seu Nome tem feito bonito por onde passa colecionando críticas favoráveis e aplausos por parte de todos. O romance foi adaptado por James Ivory, sim, o mesmo diretor dos consagrados Uma Janela Para o Amor, Maurice, O Retorno a Howards End e Vestígios do Dia e talvez isso explique o tom extremamente gracioso com que a história é conduzida. Não existe pressa para que as coisas aconteçam e o realizador conseguiu fazer com que a história não se torne monótona.

Não há grandiloquências, coisas que o cinema americano adora fazer, vemos um típico filme europeu que se preocupa apenas em contar uma história, nada mais que isso. E grandes interpretações, não apenas de Timothée Chalamet e Armie Hammer mas também de Michael Stuhlbarg, o pai de Elio. A cena em que ele conforta o filho é de uma beleza tão rara que é impossível não deixar cair uma lágrima ou no minimo marejar os olhos com sua interpretação.

Me Chame Pelo Seu Nome está indicado a quatro prêmios da Academia — melhor filme, melhor ator para Timothée Chalamet, canção original e roteiro adaptado — e talvez façam justiça dando enfim um Oscar para James Ivory pela adaptação. Quanto ao filme, ao seu término constatamos que histórias como a de Elio e Oliver podem acontecer com qualquer pessoa, em qualquer lugar, claro que o romantismo italiano ajuda muito, mas podem acontecer. 

2 comentários:

SERGIO VIULA disse...

Vi e gostei mas prefiro o livro. O filme cortou muita coisa, especialmente quase tudo da 3a. parte do livro. Mas considero excelente que ele tenha sido indicado para tantos prêmios, inclusive o Oscar.

Unknown disse...

Certamente um filme muito belo. Quero ver.

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